CAPÍTULO IV
O ATIVISMO DESESPERADO
Tempos de otimismo
Depois de tão prolongada agonia, o mundo acorda, abre as janelas,
solta foguetes, fala em "vitória" e respira otimismo. Anda no
ar um excitante teor de oxigénio, como no Doutor Ox de Júlio Verne,
Ou algum novo gás, como Nos Dias do Cometa de H.G. Wells.
Nos meios católicos sopra o mesmo vento de euforia. Notemos
que, desde o pontificado de Pio XI, ganha alento a Ação Católica. A
ideia de institucionalizar a participação (ou colaboração) dos leigos
no apostolado da Hierarquia tem fundamento antigo e encontra-se,
já desenvolvida, na era patrística. Assinalemos ainda uma ideia que
adiante será desenvolvida: de dois modos se pode usar o termo
"novo" nas coisas que se referem ao desenrolar da relação Igreja-
Mundo. De um modo primeiro e principal diremos que é novo na
Igreja, e inalteravelmente novo, tudo o que se refere à ordem da
graça que nos vem da "nova-criação", que tem em Cristo o seu
centro. Nesse sentido, a Igreja é sempre nova, e é a rigor a única
coisa nova sub sole. Podemos, nesta pauta, falar em renovação se
quisermos designar as atividades que removem a poeira superficial
e que assim devolvem à vista dos fiéis o espetáculo perpétuo da inoxidável
juventude da Igreja. O segundo modo refere-se às coisas e
às influências que vêm do mundo que, para vencer sua crescente
senectude, só dispõe do make-up ou do novo por alteração, ou por
substituição.
Vejam bem, enquanto a Igreja se renova na sua identificação,
na sua integração, o mundo só se renova por alter-ação.
O ATIVISMO DESESPERADO
Tempos de otimismo
Depois de tão prolongada agonia, o mundo acorda, abre as janelas,
solta foguetes, fala em "vitória" e respira otimismo. Anda no
ar um excitante teor de oxigénio, como no Doutor Ox de Júlio Verne,
Ou algum novo gás, como Nos Dias do Cometa de H.G. Wells.
Nos meios católicos sopra o mesmo vento de euforia. Notemos
que, desde o pontificado de Pio XI, ganha alento a Ação Católica. A
ideia de institucionalizar a participação (ou colaboração) dos leigos
no apostolado da Hierarquia tem fundamento antigo e encontra-se,
já desenvolvida, na era patrística. Assinalemos ainda uma ideia que
adiante será desenvolvida: de dois modos se pode usar o termo
"novo" nas coisas que se referem ao desenrolar da relação Igreja-
Mundo. De um modo primeiro e principal diremos que é novo na
Igreja, e inalteravelmente novo, tudo o que se refere à ordem da
graça que nos vem da "nova-criação", que tem em Cristo o seu
centro. Nesse sentido, a Igreja é sempre nova, e é a rigor a única
coisa nova sub sole. Podemos, nesta pauta, falar em renovação se
quisermos designar as atividades que removem a poeira superficial
e que assim devolvem à vista dos fiéis o espetáculo perpétuo da inoxidável
juventude da Igreja. O segundo modo refere-se às coisas e
às influências que vêm do mundo que, para vencer sua crescente
senectude, só dispõe do make-up ou do novo por alteração, ou por
substituição.
Vejam bem, enquanto a Igreja se renova na sua identificação,
na sua integração, o mundo só se renova por alter-ação.
O período histórico que aqui nos dispomos a analisar se caracteriza
por cruzados equívocos entre a novidade da Igreja e as novidades
do mundo. Estando a Igreja no mundo, sendo habitantes do
mundo os membros da Igreja militante, não admira que em cada um
de nossos corações o mundo encontre brecha para tentar impor seus
critérios à Igreja. E também não admira que esses critérios do mundo
consigam às vezes magníficos resultados no "mundo eclesiástico",
já que o Papa e os bispos também estão no mundo.
por cruzados equívocos entre a novidade da Igreja e as novidades
do mundo. Estando a Igreja no mundo, sendo habitantes do
mundo os membros da Igreja militante, não admira que em cada um
de nossos corações o mundo encontre brecha para tentar impor seus
critérios à Igreja. E também não admira que esses critérios do mundo
consigam às vezes magníficos resultados no "mundo eclesiástico",
já que o Papa e os bispos também estão no mundo.
GUSATAVO CORÇÃO
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